Sou confusa e imprevisível ...

O meu pensamento tem becos íngremes,
Caminhos calcetados por pedras gastas.
As bernas são delineadas por curvas abruptas,
ajardinadas de sinuosas ervas
e pragas de silvas em flor.
Por vezes escorrego, nele.
Tropeço e caio.
Ensaio novo momento,
em que me encontro.
Perco-me muitas vezes nas flutuações ondulantes,
onde descanso o cansaço de mim e dos outros...!  
Talvez me sinta prenha de um vento gelado que me suprime...
Sou assim...confusa e imprevisível!
Deixo-me empurrar para o poço onde mato a sede
E me revejo numa imagem distorcida!
Serei mais uma louca?
...Não sei se é a isso que chamam Poesia
A relevância do facto está precisamente no meu alheamento.
No entanto,
Sei, ah, isso sei,
Que seja qual for a circunstância em que me encontre
ou me perca,
Sou algo mais do que o despenhadeiro
Onde jazem os cristais,
Os meus sonhos e as minha lágrimas!